Em 2007, identificámos alguns problemas preocupantes que comunicámos à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica e à Secretaria de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor. A qualidade e segurança dos alimentos é uma das principais preocupações dos consumidores europeus. A última década tem sido pródiga em desaires que aumentaram a desconfiança dos cidadãos.
Em termos legislativos, o esforço realizado ao nível europeu e pela fiscalização reflectiu-se nalguma melhoria dos resultados dos nossos testes. O risco está sempre presente, daí ser importante prevenir em vez de gerir os erros. Identificámos alguns pontos fracos. Resíduos de medicamentos ou de químicos utilizados na actividade aquícola, pecuária ou agrícola, foi um dos mais graves. Por sua vez, detectámos fraudes económicas, como no azeite ou no pescado congelado. No último, a venda de água ao preço de peixe é uma prática que os fabricantes mantêm.
A má higiene e conservação foi um dissabor em vários testes comparativos: espetadas de peru, gelados e legumes congelados. Também aqui detectámos pesticidas, bem como em dezenas de amostras de frutas e legumes. Passaram pelo nosso crivo outros alimentos que nos deixaram alguns amargos de boca. Descobrimos sal e gordura a mais em sopas fast food, resíduos de medicamentos em camarões, demasiados corantes em gomas, benzenos em refrigerantes e conservantes desnecessários ou em doses elevadas em espumantes. Mas os problemas não ficam por aqui. Detectámos duas amostras falsificadas de azeite virgem extra, algo inadmissível que provocou a retirada destes produtos do mercado. Descobrimos também bacalhau salgado seco inteiro à venda com categorias comerciais incorrectas e demolhado ultracongelado às postas com peso líquido escorrido inferior ao indicado.
A boa gestão da cadeia alimentar passa pela aprovação de leis realistas e específicas e também por uma fiscalização eficaz, para evitar situações lesivas para o consumidor e acabar com outras que se repetem. Nesse sentido, o papel da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica é importante, devendo continuar a fiscalizar e a aplicar sanções dissuasoras.
| Pro Teste n.º 288 - Fevereiro de 2007 - págs 38 a 40 |
Fonte: DECO/Proteste
29.01.2008