Luís Horta presidente da sub-comissão de laboratórios da AMA
Dois portugueses conseguíram ontem bater o sistema de rotatividade que costuma ser aplicado em cargos da Agência Mundial Antidopagem (AMA). Luís Horta continuará a presidir à sub-comissão de laboratórios e Rosa Mota permanecerá na comissão de atletas.
Luís Horta, director do laboratório antidoping de Portugal, também permanecerá como membro do comité de saúde, medicina e investigação, no qual está incorporado a sub-comissão de laboratórios. “É uma das comissões mais trabalhosas. De três em três meses os laboratórios recebem amostras, sem saberem o que contêm, têm de analisá-las e fazer um relatório, para que esses resultados sirvam para avaliação regular. Estão sujeitos a um nível de pontuação e se passarem determinado limite podem ver a sua actividade suspensa”, explicou Luís Horta ao PÚBLICO, revelando que nos últimos 18 meses coordenou as alterações na norma de laboratórios, para adaptá-la ao novo código da AMA.
No comité de saúde, medicina e investigação, Luís Horta tem a tarefa de aconselhar, mas já tem propostas para o próximo mandato. “Quero propor uma reunião mundial, com federações e agências nacionais. É estranho que a Marion Jones, que admitiu ter feito batota durante vários anos, tenha sido controlada 160 vezes e não tenha registado positivos. Os cientistas da AMA têm de explicar às pessoas que fazem o planeamento dos testes o que está em causa, quais são as janelas de detecção das substâncias, que estratégias os atletas usam para ludibriar os controlos.”
Rosa Mota também ficou satisfeita com a sua continuidade na AMA. “Somos um órgão consultivo e sabíamos que um terço sai a cada ano. Como eu fiquei, julgo que as pessoas gostaram das minhas sugestões e até das críticas. Há muito trabalho a fazer, inclusive em Portugal. Espero que a lei seja mudada rapidamente, para se adaptar à convenção, pois há muita coisa a mudar”, vincou a campeão olímpica da maratona em Seul 1988.
texto de: Duarte Ladeira "in Público"